Também estarão expostas obras fundamentais vindas de países da África, como Mauritânia, Marrocos, Líbia e Burkina Faso, além do Líbano e do Brasil (manuscritos produzidos por muçulmanos, escravos ou libertos no Império do Brasil), pertencentes ao acervo da BibliASPA (Biblioteca e Centro de Pesquisa América do Sul-Países Árabes). Além de obras de Nigéria, Mali e da cultura Tuaregue (povos nômades do Saara e do Sahel), do acervo Casa das Áfricas.
Ocupando todo o espaço expositivo do CCBB – SP, Islã terá peças de ourivesaria, mobiliário, tapeçaria, vestuário, armas, armaduras, utensílios, mosaicos, cerâmicas, objetos de vidro, iluminuras, pinturas, caligrafia e instrumentos científicos e musicais. Trata-se de um acervo pouco visto internacionalmente e inédito no Brasil.
A mostra será organizada por salas temáticas. A idéia é proporcionar um passeio por séculos de história da cultura islâmica, que nasce na Península Arábica e se expande com velocidade, absorvendo e sincretizando culturas diversas. As salas terão a paleta típica da arte do Islã, nas cores verde e azul (no mesmo tom que originou os azulejos portugueses).
Na cenografia, estarão presentes padrões copiados do nicho direito da Grande Mesquita de Damasco, marco da primeira etapa da arte islâmica, construída entre 706 e 715 e decorada sob influência bizantina. Será criado um ambiente interno com motivos islâmicos, onde se verá um chafariz árabe original.
Um portão cenográfico da arquitetura muçulmana receberá o público na entrada da exposição. Diferentes mapas e uma linha do tempo contarão os períodos de expansão territorial do Islã, destacando os mais importantes acontecimentos vinculados aos territórios islâmicos. Na sequência, serão mostradas plantas arquitetônicas das principais mesquitas, como a Mesquita dos Omíadas, em Damasco, a Mesquita da Rocha, em Jerusalém, e a Mesquita Azul em Istambul com projeção em 360° graus.
Numa sala estará uma coleção de manuscritos e livros que mostram a arte da caligrafia na sua complexidade e riqueza. Um antigo exemplar do século IX de uma página do Alcorão em letras cúficas, escrito sobre pele de gazela, divide a atenção com as páginas douradas de outro Alcorão do século XVII, e um tecido bordado em ouro, que repete o padrão de uma “Sura” (versículo do Alcorão), vindo do Irã do século XVII.
Os famosos tapetes persas, arte popular levada ao máximo requinte, que sobrevive intacto em cidades como Tabriz e Isfahan, são exibidos na sequência, ao lado de trabalhos em metal e um nicho dominado por uma armadura de cota de malha de ferro do século XII, usada na época dos Cruzados. Uma vitrine central é dedicada à típica cerâmica azul, comum em todo o mundo islâmico.
Em outro ambiente, somos levados ao interior do Palácio Azem, residência do Paxá, governador da Síria durante o período Otomano, último dos grandes impérios muçulmanos. Destaque para o mobiliário de poltronas e o baú crivados de madrepérolas, que são acompanhados por peças de artesanato, roupas e instrumentos musicais feitos pelo mais famoso luthier da Síria na época, Ahmad al-Hariri.
Islã: Arte e Civilização
Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Rua Álvares Penteado, 112, Centro - Tel: (11) 3113.3651
Exposição: 18 de janeiro a 27 de março
Idealização e Curadoria: Prof. Dr. Paulo Daniel Farah e Rodolfo de Athayde
Co-realização e Coordenação: Biblioteca e Centro de Pesquisa América do Sul-Países Árabes (BibliASPA)
Horários: terça a domingo das 10h às 20h
Idealização e Curadoria: Prof. Dr. Paulo Daniel Farah e Rodolfo de Athayde
Co-realização e Coordenação: Biblioteca e Centro de Pesquisa América do Sul-Países Árabes (BibliASPA)
Horários: terça a domingo das 10h às 20h
Grátis
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