Responsável pela comunicação do governo angolano há quase 15 anos, Guerra conhece muito bem Angola.
O contato inicial de Sérgio Guerra com os hereros causou impacto imediato no artista. ‘“Quando os vi pela primeira vez, foi como se uma porta da minha percepção tivesse sido aberta para algo que sabia existir, mas hesitava em acreditar”, recorda. O ano era 1999, quando ocorreu uma viagem às províncias de Huíla e Namibe para as gravações do programa Nação Coragem, que levava aos angolanos noticiário de atualidades e informações sobre a cultura do país e suas populações. Ali, Guerra registrou imagens dos mukubais, um dos subgrupos dos hereros.
Os hereros se dividem entre Angola, Namíbia e Botsuana, totalizando mais de 240.000 representantes da etnia. Apesar dos subgrupos, todos falam o mesmo idioma, o herero, além de português em Angola, inglês em Botsuana e inglês e africâner na Namíbia. São um povo mítico, com uma história marcada por sangue.
Para conhecer mais de perto o modo de vida dos hereros, Guerra passou uma temporada vivendo dentro das comunidades e observando suas práticas cotidianas.“Vi que, mesmo diante da escassez, dividem sempre o alimento com os demais. Vi que cultivam a solidariedade, que evitam o personalismo e o egocentrismo, que praticam uma economia familiar de grande inteligência, sempre voltados para a ampliação de um patrimônio cujo usufruto é sempre coletivo. Vi que honram e festejam os seus antepassados. Vi que praticam com grande eficácia a justiça, coibindo infrações com pesadas multas que, a um só tempo, são prejuízo econômico e reprimenda moral”.
Hereros Angola traz ainda vídeos de depoimentos colhidos entre os sobas (líderes), mulheres e jovens sobre a sua cultura e a forma como encaram a vida. Parte integrante da mostra são cantos ritualísticos captados entre estes povos.
Hereros Angola
De 12 de maio até 24 de julho
Terça-feira a domingo, das 10h às 17h
Museu Afro Brasil
Av. Pedro Álvares Cabral, s/ nº, Parque Ibirapuera- Portão 10 - São Paulo,SP
Fone: (11) 3320-8900
Grátis
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