sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Se nada mais der certo

Léo (Cauã Reymond) é um jornalista que cobre eventos para jornais de São Paulo, cidade em que vive. Ele está com sérios problemas financeiros, piorados devido ao atraso com que são pagos os trabalhos que realiza. Ângela (Luíza Mariani) divide o apartamento com Léo e tem um filho de 6 anos, que é praticamente criado por sua empregada. Depressiva, ela fica boa parte do dia na cama e à noite sai em busca de diversão. Léo sai para beber e encontra Marcin (Caroline Abras), que se veste como homem mas possui trejeitos de mulher. Logo ficam amigos e decidem beber, tendo ainda a companhia de Wilson (João Miguel), um taxista com distúrbios mentais. Aos poucos surge entre eles um forte laço afetivo, aumentado ainda mais quando decidem aplicar um golpe.
Fiquei com a impressão que a idéia central era falar sobre como se encontra a classe média hoje, representada por Cauã Reymond.
O filme começa com esta citação de Rousseau: "Uma sociedade só é democrática quando ninguém for tão rico que possa comprar alguém e ninguém seja tão pobre que tenha de se vender a alguém".
"A gente é educado pra não roubar, mas não é educado pra não ser roubado" é uma das falas de Léo.
Mas poderia também se observar quais são os limites do "certo e errado", pois o galã do filme começa a praticar crimes. Ou ainda discutir os conflitos e incertezas dos personagens.
Porém o filme passa por eles sem entrar no universo de cada um, o que fica muito claro quando o taxista Wilson procura um psiquiatra. A cena nem aparece e tampouco se explora os motivos que faz com que ele procure ajuda. Só vemos uma tentativa de suicídio.
Não fica claro a relação de Ângela e Léo, além da impressão que Georgina (Leandra Leal) tem sua particpação cortada na edição.
Mesmo assim o filme é interessante para se observar como é possível se estabelecer laços de amizade com pessoas que se conhecem há pouco tempo e ainda ver São Paulo como cenário.
Este filme dirigido por José Eduardo Belmonte ganhou 3 troféus Redentor no Festival do Rio, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz (Caroline Abras) e Melhor Roteiro. Ganhou também o Prêmio da Câmara Legislativa e o Prêmio Saruê, no Festival de Brasília.

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