O título do filme poderia ser Capitão Nascimento versus " O Sistema". Afinal o inimigo em questão é a rede de corrupção que envolve polícia, milícia, deputados e até mesmo o governador.
Agora o Cap. Nascimento é promovido a tenente-coronel e subsecretário de inteligência da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro. No comando, ele faz do Batalhão de Operações Especiais, o BOPE, uma máquina exterminadora do tráfico de drogas. E se depara com inimigos muito mais fortes.
O diretor e co-roteirista José Padilha detalha cada componente do "Sistema". Temos os corruptos, a mídia, os defensores dos direitos humanos, a população que consome o "gatonet", etc.
E é aqui que proponho um olhar mais atento. Se no primeiro Tropa, quem financiava o tráfico eram os "consumidores". Fica a questão: quem colabora com os políticos corruptos? Quanto você alimenta o "Sistema" ao comprar produtos piratas? Quanto você contribui ao oferecer um "cafezinho" para o policial rodoviário?
Em Tropa 2, Nascimento fala que quando um PM puxa o gatilho ele não puxa sozinho.
Padinha batizou o personagem central de Nascimento fazendo uma referência a Sandro Nascimento, sobrevivente da chacina na Candelária e que posteriormente seqüestrou o ônibus da linha 174.
Para Rousseau: "O homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe". Até que ponto Nascimento é fruto da sociedade? Entendo que sua violência vem do meio que ele vive, mas seus ideais continuam intactos. Ao chegar na Secretária de Segurança ele acha que vai poder mudar as coisas. Mesmo diante de tantas adversidades ele ainda acredita em acabar com a bandidagem e defender seu batalhão.
O elenco é muito bom, com destaque para André Mattos (Fortunato), Millhen Cortaz (Cap. Fábio) e Iradhir Santos (Fraga). Já Wagner Moura rouba quase todas as cenas do filme. Merece o Oscar!
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