Aparentemente um documentário sobre a vida íntima do Prêmio Nobel de Literatura com sua esposa Pilar del Rio, mas logo se percebe uma incrível relação amorosa entre duas pessoas que se respeitam e se admiram que bem poderiam ser uma bela ficção.
O diretor Miguel Gonçalves Mendes e sua equipe acompanharam o casal durante três anos mostrando o dia-a-dia deles na sua casa em Lanzarote e em viagens de trabalho por todo o mundo.O longa apresenta o processo de criação, produção e promoção do romance A Viagem do Elefante, desde o momento da construção da história em 2006 até o lançamento do livro no Brasil em 2008. E é que no Brasil que vemos Saramago declarar em uma palestra seu amor por Pilar. Ele afirma: “Se eu tivesse morrido aos 63 anos antes de lhe ter conhecido, morreria muito mais velho do que serei quando chegar a minha hora”.
Coube a Violante, filha de Saramago, a manifestação de descontentamento com Portugal em relação a seu pai. Ela questiona o motivo de Portugal não render homenagens a Saramago enquanto outros países o admiram mesmo não sendo de língua portuguesa.
Vemos no filme José e Pilar divergirem totalmente sobre as eleições americanas. Pilar defendia que Hillary devia ganhar porque representava as mulheres e os lugares de poder não chegam às mulheres. E José não confiava em Hillary, achava que isso não era relevante, e defendia as opiniões de Obama.
Enfim, temos um Saramago solícito, pois faz questão de dar intermináveis autógrafos. Alguém que queria melhorar o mundo por meio do impacto que suas opiniões podiam ter em seus leitores e admiradores. Além de seu ótimo senso de humor com observação simples e engraçadas.
Sobre a morte Saramago responde: "Medo? Não. A morte para mim é a diferença entre estar e já não estar".
Nenhum comentário:
Postar um comentário